quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cidade Maravilhosa



O RIO DE JANEIRO CONTINUA LOUCO por Fernanda Young (redatora do
programa "Os Normais")

Estive dois dias no Rio e, chegando de volta a São Paulo, isso me fez pensar.
O fato é que não consigo ir ao Rio sem retornar contundida,
resfriada, ressacada. Mas a sensação é sempre de que valeu a pena, porque lá você se diverte, e se diverte muito, mesmo que não seja essa a sua intenção.
O divertimento persegue você pelas ruas cariocas, e não há como se
esconder dele. Porque não existe cidade no mundo com tanta alegria de viver por metro quadrado.
No Rio, você sai para comprar um cigarro e na esquina, subitamente
o cigarro se transforma num chope, subitamente a esquina se transforma numa pizzaria no Leblon, e quando você se da conta está contando confidências para uma pessoa que você nunca tinha visto antes, com a bolsa cheia de números de telefone.
São mesmo os cariocas dizem que São Paulo tem muito mais opções de
divertimento.
Ok, aqui o número de lugares para se ir impressiona, a quantidade
de gente que freqüenta a noite também, mas a questão é que, no Rio, não é necessário ser de noite nem se estar em algum "lugar" para se divertir. O perigo pode estar em qualquer calçada, banca de jornal ou farmácia basta você encontrar um conhecido que outro já aparece, e daqui a pouco alguém vem com a idéia de se tomar alguma coisa logo ali; e a próxima vez que você olha no relógio
já são quatro da manhã e você está num galpão dançando funk.
Comigo, pelo menos, é sempre assim: vou a trabalho e o trabalho já
é uma curtição, pois a reunião de negócios tem vista para o mar. Depois sempre tem alguma festinha já que, no Rio, basta alguém levar uma bebida e ligar o rádio para se ter uma festinha.
E, como há o hábito de cada um levar a sua garrafa, todo mundo
acaba se esbaldando junto. Na hipótese bastante provável da festinha virar festa porque um chama o outro e o outro sempre chama mais um prepare-se para atingir índices inéditos de divertimento. Porque, no Rio, uma festa só acaba quando dá policia. Sendo que a música só abaixa mesmo quando o aniversariante
no Rio, sempre tem um aniversariante para justificar a algazarra, é
quase levado em cana.
Sou do Rio, moro em São Paulo, e amo São Paulo. Mas, desculpem-me,
os paulistas tem muito o que aprender com os cariocas em matéria de
divertimento.
No Rio, não tem VIP nem famoso, não tem "in" nem "out", não tem
cafonas nem bem-vestidos. Lá, está todo mundo igual, nu nas praias, seminus ao redor delas. Sem pudor de se divertir e sem vergonha de se exceder. Os cariocas sabem pagar mico com categoria. Porque todo mundo é da malandragem.
"Amo a liberdade! Por isso, todas as coisas que amo deixo-as livres.
Se voltar é porque as conquistei, se não é porque jamais as possui."

Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.

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